Friday, December 7, 2007

Sydney Bladers and Paper Scissors - Part 3


Oi Galera! Desculpem-me pela demora em postar novamente, mas os trabalhinhos e as provas finais do semestre me estressaram relativamente bastante! E olha que eu achei que depois da Poli e do Projeto Galileu, nada me estressaria com tanta intensidade.... tolinha!

Bom, o rolê continua da seguinte forma: depois de vários tombos e vários quilômetros percorridos, voltamos ao ponto de partida, como normalmente acontece. O único problema é que isso aconteceu meio tarde e eu estava (como ainda estou) dependendo do transporte coletivo de Sydney - no meu caso um trem direto para casa, que tem horário para acabar....

Então, a estratégia foi tentar pegar um trem para algum lugar próximo. Tudo que me restou foi esperar o trem para Strathfield (3 estações de casa). Lembro-me bem do que estava sentindo: frio, fome, dores no corpo. Na falta do que fazer, comecei a mexer na minha mala e me deparei com, nada mais, nada menos do que a baguete do Martin. O Martin é um amigo suíço do Denis e da Thá, que tem uma padaria suíça no centro de Sydney e onde, graças a Deus, passamos antes do rolê - oportunidade em que ele gentilmente me deu a referida baguete. Lucky X.O.!

Chegando em Strathfield, descobri que havia um ônibus para Rhodes (onde eu moro). A única questão foi que o ônibus parou bem longe de casa, tive que andar um tanto. Para completar o cenário, meu prédio estava sem luz. O Denis tinha me avisado uma hora antes e o combinado era eu ligar para ele quando eu chegasse na frente do prédio. Além daquela sensação de estar incomodando (já era mais de uma da manhã), tive que chegar em casa e ainda subir 4 andares de escada! Em um dia normal, não seria um grande problema. Mas justamente nessa noite, foi realmente de lascar!!

Por outro lado, a historia do vídeo clip realmente rolou. O Rubin (o carinha que estava recrutando patinadores) me ligou algumas vezes durante a semana e no sábado, a Clara (que é uma assistente de produção) passou em casa para me pegar. A gravação foi em um bairro nas imediações de Sydney que me lembrou Alphaville (pelo jeito das casas). Ficamos, eu e mais alguns Bladers, à disposição da equipe de produção, a tarde inteira. Detalhe: eles queriam que patinássemos com patins tradicionais. Nossa, foi duro relembrar - não tenho nem metade da habilidade que tenho com o patins in-line. Quase tudo é questão de pratica nessa vida....

Apenas para dar alguns detalhes da gravação: os patinadores meninos foram filmados n vezes, algumas vezes descendo sozinhos uma rampa e, em outros momentos, descendo a rampa em grupo. Em todas essas filmagens, eles usaram as roupas dos caras da banda. Eu, a única patinadora menina, fui escalada para....humm..... vejam com seus próprios olhos! Eu apareço no final do clip por um segundo e meio....he he.... eu nunca tinha passado por uma experiência parecida, então achei tudo muito divertido e válido, apesar da minha mínima aparição!
Abaixo estão as fotos que tirei no dia da gravação (link 1) e o link do vídeo (link 2). Beijos a todos! Saudades do pastel da Praça Charles Miller e, claro, de todas as galeras!

Link 1:
http://www.kodakgallery.com/ShareLandingSignin.jsp?Uc=nzwejjd.4mrk8bw1&Uy=mve9vu&Upost_signin=Slideshow.jsp%3Fmode%3Dfromshare&Ux=0

Link 2:
ww.youtube.com/watch?v=AoB5m9DJuhk

Wednesday, October 17, 2007

Sydney Bladers and Paper Scissors - Part 2


Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Não, eu não desisti do Blog. Eu gosto de escrever e às vezes isso se torna uma terapia. Eu sumi um pouco, pois a vida aqui ficou bem preenchida. A pós em logística, que começou meio devagar, resolveu bombar de uma hora para outra: muitos trabalhinhos para entregar. Comecei a trabalhar em uma pizzaria de uns portugueses e isso me toma três noites inteiras por semana. Em paralelo, tive minha mudança para fazer, a casa para arrumar e limpar e aquelas adaptações normais que qualquer mudança demanda. Fiquei sem internet em casa por um tempinho, sem entrar no MSN e no Skype, pois a faculdade não permite. Estou de volta, não sei dizer que com que freqüência vou postar.... quem viver saberá! As licenças poéticas continuam permitidas....

Neste post vou continuar a história do Paper Scissors. Como se trata de uma continuação, sugiro que, se tiverem tempo, leiam o post anterior para entender o contexto. Quem já leu e tem memória boa, não precisa. E quem não quer entender contexto nenhum, tudo bem! As pessoas são livres!

Vamos lá: o rolê continua depois da parada no Mac. Algum tempo depois, pegamos uma descida não muito íngreme, mas bem longa e um pouco escura. Eu não estava me sentindo muito confiante e minhas pernas estavam refletindo isso – eu não estava conseguindo ter controle total do patins nem da situação. Resultado: passei por cima de um obstáculo não identificado, desequilibrei-me e caí, desta vez bem feio. Pior, cai de poupança no chão (a outra), e fui ralando por vários metros – suficientes. Que dor! Como eu estava bem atrás, ninguém me viu caindo, mas nessa hora, a vergonha é simplesmente um sentimento menos importante. Primeiro, apesar de toda dor, eu agradeci por não ter batido a cabeça, nem o rosto e por ainda estar com todos os dentes na boca. Depois pensei: minha bermuda deve estar totalmente furada – vai ser ridículo continuar o rolê nesse estado. Então apareceu um senhor (sim!), que estava patinando com a gente. Ele percebeu minha queda e me ajudou a levantar. Nossa, estava doendo mesmo. Patinamos até encontrar a galera. O rolê continua!

Minutos depois, estávamos passando na frente de um parque (Sydney deve ter uns 30) e alguém teve a brilhante idéia de cruzarmos o parque patinando. O único detalhe é que estavam todas as luzes apagadas!! Não dava para enxergar praticamente nada! Estimo que patinamos no escuro por uns 15 ou 20min. Durante esse tempo, eu continuei no pelotão de trás. Meu coração ficou disparado boa parte do tempo. Foi uma mistura de medo (50%), dor (20%), cansaço (10%), prazer (20%). Medo do escuro, medo do desconhecido, medo de cair de novo. Dor e cansaço – não preciso explicar o porquê. E finalmente prazer: uma sensação boa de estar fazendo algo inédito, em um lugar inédito. Meu plano de ação foi: respire fundo e seja otimista! Vamos imaginar a saída logo ali na frente... viva o “The Secret”!!

O parque então acaba e adivinhem: o rolê continua! Sem pernas, sem poupança, mas ainda viva, eu não tinha muita escolha a não ser continuar patinando. Para ajudar, também pensei: pelo menos vou ficar com o bumbum durinho. Ajudou por algum tempo. Minutos depois, pegamos outra descida. Eu continuava no pelotão de trás com cada vez menos controle e dessa vez dividia a última posição com um japonês. Dou um doce para quem adivinhar o que aconteceu nessa descida! Sim, eu caí de novo. Desta vez ralei o joelho – feio – e a outra mão. Agradeci ao meu anjo da guarda de novo por estar tudo bem. E o rolê continua.... vou ter que terminar a história no próximo post!

Wednesday, August 29, 2007

Sydney Bladers e Paper Scissors - Part 1


Hoje é sexta, dia 24. Estou completamente exausta. Nao dormi um minuto sequer esta noite, fiquei fazendo um trabalho de estatística. O trabalho era super simples, eu que compliquei. Meu almoço foi um pacote pequeno de batata frita. Tive aula o dia inteiro, trabalho em grupo, tudo e tal e ainda tive que terminar e imprimir o trabalho. Até aí, correrias piores já foram feitas nos anos de Poli. São 6h46 pm e nós (eu, Thá e Dick) deveríamos estar indo ao show do Paper Scissors! Nunca ouviram falar? Google it....

Eu sei que meus posts estão – digamos – com um certo “delay” mas esta semana vou dar um gás e acertar isso. A idéia é terminar este texto sobre Sydney Bladers e Paper Scissors e logo depois já postar um resumão dos acontecimentos até esta semana. Na semana que vem, farei então um post dedicado ao Reveillon 2008/ 2009 e outro dedicado às diferenças culturais e curiosidades – temas praticamente atemporais. Flavião, essa última frase foi em sua homenagem! Thiagolas, sinto informar aquele texto que você “encomendou” vai demorar uns 20 dias.... no mínimo (X.O. agora faz texto sob encomenda....)

Voltando à vaca fria, como Sydney Bladers – grupo que patina a noite pela cidade – e Paper Scissors – modesta banda de rock autraliana – podem estar relacionados? Vamos por partes....

Achei os Sydney Bladers na Internet, antes de vir para cá e tudo o que eu sabia sobre os caras era que eles davam rolê pela cidade duas vezes por semana (toda quarta e sexta). Os rolês de quarta são inéditos e de dificuldade progressiva ao longo do mês. Ou seja, na primeira quarta do mês ele é bem tranquilo e na última quarta ele é “master danger”. Os rolês de sexta são sempre iguais e comportam todos os níveis de patinadores. Só para relembrar, eu cheguei aqui no dia 29 de julho, sábado, já com programa para quarta. O melhor disso tudo é que a quarta-feira seguinte era exatamente a primeira quarta do mês, ou seja, totalmente praticável, imaginei. E foi mesmo. O rolê começou por volta das 9pm, terminou umas 11pm. Tinha umas 30 pessoas, de todas as idades. Achei um pouco estranho o fato de eles andarem muito na calçada, dado que o asfalo é bom. O líder, Paul, é um australiano de uns 45 anos, um amor de pessoa e, coincidência ou não, ele é o dono das duas únicas lojas de patins existentes em Sydney. Eu Dick ficamos nos questionando o que teria surgido primeiro: as lojas de patins ou a liderança do grupo? Façam suas apostas! No final do post tem o link para as fotos desse rolê....

Na sexta da mesma semana, teríamos ido fazer o rolê light, não fosse pela chuva. Quarta-feira seguinte finalmente chega e vamos para o rolê inédito. O Dick não pôde patinar, ele apenas deu um oi para a moçada e foi embora. Durante esses minutos que antecederam o rolê, nos deparamos com duas pessoas recrutando patinadores para um video clip. Lembro perfeitamenta da frase: “We are shooting a video clip on Saturday and we need some rollerskaters. Would you be interested in participating”? Adivinhem qual foi minha resposta: “I am very interested”!!!

Começa o rolê com uns 8-9 patinadores. Acho que a simples possibilidade de "fama", rs, me desconcentrou. Nos primeiros 10 min de rolê, levei um tombo totalmente estúpido: em um determinado momento apareceu um degrau na minha frente (para descer) e eu não consegui ter uma reação no timing certo. Desequilibrei e caí. Ganhei uma poupança um pouco ralada e uma unha sangrando. E o rolê estava apenas começando. Desta vez, em um ritmo bem mais forte que o da quarta anterior. O Paul estava acelerando bem. Eu e uma outra menina - blusa rosa nas fotos - estávamos sempre no último pelotão, mesmo eu dando um gás. Paramos no Mac, mais um momento para conversar com o pessoal. Tomei um milkshake de morango, em homenagem ao Brasil (não tem mais milkshake de morango no Mac no Brasil)!!!! O rolê continua. E a essa história está apenas começando......

Fotos:
http://www.kodakgallery.com/ShareLandingSignin.jsp?Uc=nzwejjd.3bcwkp4x&Uy=u0jy9y&Upost_signin=Slideshow.jsp%3Fmode%3Dfromshare&Ux=0&UV=307203683537_975043505505

Filmes assistidos por mim aqui...

Die Hard 4.0 - eu sou fã do Bruce Willis e da série, estão sou suspeita, mas eu A-MEI!

Sicko - pode ser que ele exagere ou maqueie algumas coisas, mas eu acho o Michael Moore animal! O cara contesta o sistema com arte!

The Home Song Stories - filme australiano maravilhoso, um drama pesado, conta a história de um menino que mudou para a Austrália ainda pequeno com a família...

Fracture - muito bom

Knocked Up e Next - não acrescentam muito mas foram entretenimentos razoáveis

Memories of a Geisha - um drama maravilhoso

Borat - para rolar de rir

Saturday, August 18, 2007

Para quem será que eu estava olhando?




Chegando em Sydney....

Ponto positivo para a Qantas, a cia aérea australiana que faz o trecho Johanesburgo – Sydney. Os assentos da classe econômica têm telas individuais e eu pude escolher quando e o que assistir. Será que o fato do vôo ter 14h tem alguma relação? Anyway, quando o avião pousou e parou, primeiro fiquei aliviada, no sentido de “estou viva”. Afinal, o acidente da TAM em São Paulo estava bem fresco na minha cabeça. Quando sai do avião e entrei no corredor que leva ao terminal também senti uma sensação de alívio, misturada com sensação de “eu finalmente consegui”! Resultado: comecei a chorar de novo. No começo foi de total felicidade; depois, lembrei de novo como meus amigos estavam longe e a felicidade virou tristeza. Desta vez foi um choro pequeno, pois, em questão de poucos minutos, eu estava na fila da imigração onde um canadense sorridente e simpático de uns 40 anos começou a puxar assunto. Mal sabia ele o bem que estava fazendo. Por essas e por outras, a fila da imigração foi bem tranqüila.

Durante a espera das malas, passa uma policial e fala: “coloquem todas as suas malas no chão, por favor”. Na seqüência, aparece um policial com um cão farejador. Devia ser primo do Rim Tim Tim. Continuei esperando, esperando, esperando. Nada. Nada mesmo. Simplesmente não chegaram. Não fiquei desesperada nem revoltada, pois sempre levo uma muda de roupa na mala de mão. Além disso, toda vez que tive mala perdida por alguma cia aérea, ela apareceu em alguns dias e eles entregaram em casa. Ou seja: eu tinha duas boas razões para estar calma. E uma ótima razão para estar descabelada, mas que era melhor eu não lembrar: tudo o que eu tinha – materialmente falando – estava nas malas! A parte chata é a fila da reclamação. Dei queixa do saco de livros – acabei achando a mala de roupas - e, feliz da vida, fui para a porta de saída, onde eu deveria entregar a declaração da alfândega. Na porta, uma policial me supreende com: “you must have the green stamp on this”. Por alguns segundos, achei que ia ter que voltar para o Brasil. Depois, ela me apontou umas máquinas de raios-X e concluí que eu tinha que passar por lá. Mais uma fila. Pensei em uma frase que uma vez um colega soltou, referindo-se ao meu processo de saída do Brasil: “quem disse que ia ser fácil”? Quando finalmente consegui sair, uma hora e meia depois do avião pousar, encontrei Thá e Denis esperando X.O.! Nossa, que felicidade! Amigos!

Na mesma noite, comemoramos minha chegada com vinhozinho, nachos e wedges, olhando para a Harbour Bridge e a Opera House. Tudo o que eu estava precisando. Também demos uma voltinha no The Rocks, o bairro mais antigo de Sydney. No dia seguinte – domingão - fomos patinar – três de três pessoas – no Sydney Olimpic Park, que fica do lado do apê. No caminho, um pequeno desvio para que eu conhecesse o Ring Walk. Fiquei tão encantada com o lugar que, na semana seguinte, voltamos lá e fizemos vários filminhos engraçados. São curtos e devem ser visto na seqüência! Prometo alguns momentos engraçados! Os links estão no final deste post....

No mesmo domingo, almoçamos no Darling Harbour, bairro charmoso que fica de frente para baía, com restaurantes, bares, cinema. O famoso aquário fica aí e o café da Lindt – único do mundo – também. Chupa Balu. Passamos na padaria suíça do Martin – um suíço que mora na Austrália há 10 anos. Tem uma vaca gigante, de resina, na padaria. Detalhe que a padaria é uma portinha, praticamente. Acho que não precisa dizer mais nada. Ainda no domingo, fomos na SEXPO, uma feira de sexo. Eram basicamente vários stands, vendendo tudo o que vocês podem imaginar e uns shows interessantes. Descobrimos que aquele mastro cromado onde as meninas dançam é giratório. Sabiam?

O final de semana foi mesmo agitado, mas a semana foi bem calma. Fiquei boa parte do tempo resolvendo questões burocráticas operacionais (fazendo matrícula, fazendo carteirinha de estudante, configurando o notebook para usar na rede da universidade, pedindo o “work permit”, etc.). Na segunda à noite, jogamos frisbiee e na quarta à noite, patinamos com o Sydney Bladers. Esses momentos serão descritos em mais detalhes em outros posts..Ah, nessa semana também descobri que não tinha perdido nenhuma aula. Eeeeeeeee!! E moçada, mandem-me seus comentários, dentro ou fora do blog, como acharem mais fácil!! Quero construir um blog cada vez melhor....

Seguem os links dos vídeos:

Ring Walk 1
http://www.youtube.com/watch?v=3F1wrLbt4UM

Ring Walk 2
http://www.youtube.com/watch?v=SPrAO89GmU8

Ring Walk 3
http://www.youtube.com/watch?v=HWrpsEOBrao

Monday, August 13, 2007

Em apenas algumas horas, Johanesburgo já proporciona história sensacional...


Eu normalmente não gosto de viajar de avião, mas o trecho São Paulo – Joanesburgo foi bem tranqüilo, eu estava esgotada fisicamente e isso me ajudou a dormir como uma criança. Também ajudou o alinhamento de Marte com Saturno. Na sala de embarque, entre um soluço e outro, imaginava que tudo o que eu queria era uma poltrona vazia ao lado da minha. Não estava a fim de papo e queria esticar as pernas. Entrei no avião e fui em direção a minha poltrona. Como eu enxergo muito bem, consegui ver, a uma boa distância, que havia um senhor sentado na poltrona ao lado da minha. Fui uma das últimas pessoas a entrar no avião, o vôo estava bem vazio e eu consegui avistar, mais atrás, várias poltronas vazias. Nossa - nem pensei duas vezes. Eu não iria prejudicar absolutamente ninguém se pegasse uma poltrona vazia que não era a minha, certo? E ninguém iria conferir se eu estava sentada na poltrona correta....

Tive que ficar em solo sul-africano por umas 7 horas – uma a mais que o previsto. Durante essas horas, aconteceram algumas coisas estúpidas que acho que vale a pena contar...

Estava carregando duas malas de mão (uma delas tinha 10kg e a outra 5kg) e isso deixou meus movimentos no aeroporto totalmente restritos. Sentei então em um bar/ restaurante e, a primeira coisa que perguntei à garçonete foi: “vocês aceitam dólares americanos?” Reposta afirmativa. Pedi então um suco de laranja e abri o notebook. Bateria no final. Pensei: “que droga - planejamento é o nosso forte”. Passaram-se 15 min. e nada do suco. Chamei outra garçonete (a inicial tinha sumido) e expliquei o que estava acontecendo, com toda a educação do mundo. Ela me trouxe um suco em uns 2min. Continuei acertando uns arquivos no notebook. Tentei procurar uma rede para me conectar, mas nada. Resolvi sair em busca de uma internet – ô vício. Na hora de pagar, saquei minha nota de 20 dólares americanos. A tia queria dar o troco em randes, a moeda local. Falou que não davam troco em dólares americanos. Vocês acreditam? Nossa, fiquei muito p. da vida. Ela tinha que ter me falado isso quando eu fiz a pergunta: “vocês aceitam dólares americanos”? Não?!?! Fiquei tão p. da vida, a ponto de não conseguir raciocinar. Eu tinha que ficar no aeroporto mais umas 5h e, em algum momento, comer. Ou seja, eu poderia ter ficado, sim, com o troco, para pagar o almoço mais tarde. Sem raciocinar, expliquei, desta vez para a gerente do bar/ restaurante, que eu estava de passagem por ali e que não me serviriam de nada os randes. Ela me disse então que havia uma casa de câmbio logo ali, que eu poderia trocar dinheiro e pagar o suco em seguida. Para quem não estava conseguindo raciocinar, pareceu a melhor saída.

Fiquei na fila do câmbio – pequena, mas muito demorada. Na minha vez, descobri que eles cobravam uma taxa de 10 dólares americanos para qualquer transação. Neste momento, voltei a raciocinar e desencanei de fazer câmbio. Voltei lá para pagar o suco, fui direto ao caixa, onde estava uma outra pessoa, totalmente diferente das anteriores. Pedi para ela cobrar o suco. Sem eu mencionar absolutamente nada, adivinhem o que ela me faz: me dá o troco em dólares americanos!!! Não é sensacional?!?! Tive que pedir o troco em randes para pagar o almoço. Vai África do Sul!

O vôo para Sydney estava lotado. O alinhamento de Marte com Saturno não durou muito. Nada de corredor. Nada de janela. 14h com pessoas em todas as direções. Tudo bem, eu estava me preparando há dois anos.

Sunday, August 12, 2007

Feliz Dia dos Pais!

Para todos os pais do mundo, Feliz Dia dos Pais!

Amonth, a X.O. é extremamente grata por tudo que você fez e faz por mim e por toda a família. Tenho certeza que não seria metade do ser humano que sou hoje, se não fosse sua eterna dedicação a mim!! Estou morrendo de saudades! Cuide-se!!

Te amo muito, MEU PAI QUERIDO!!

Saindo do Brasil....


Este post vai falar um pouco do processo de saída do Brasil.... a foto é das meninas do basquete, que me trocaram pela Janeth!! Vê se pode!!

Morar fora do Brasil sempre foi um sonho. Quando trabalhei na Pilkington, achei que esse sonho iria se concretizar – e que eu iria morar na Itália, mas infelizmente – ou felizmente – isso não se aconteceu. X.O., imaginando que talvez o “plano A” pudesse não funcionar, a partir de setembro de 2005 começou a traçar o “plano B”: a imigração para Austrália.
”Por que Austrália”? Todo mundo pergunta. É um país civilizado, com clima bom, pessoas amigáveis, precisando de gente qualificada. Entenda-se por civilizado, um lugar com pouca ou nenhuma violência, com instituições que funcionam e com uma qualidade de vida impressionante. Completando o cenário, Limeira e Dani, em 2005, conseguiram seus vistos de residentes permanentes, ou seja, podem morar e trabalhar durante 5 anos em qualquer cidade dowm under. Por que então, não aplicar?

O processo, porém, foi um árduo e custoso caminho. Cada obstáculo superado era comemorado como a vitória de uma guerra (e não a vitória de uma batalha). Finalmente, em março de 2007, os documentos chegaram ao departamento de imigração que fica em Adelaide. O esperado era que em maio/junho de 2007 eu recebesse uma carta ou um e-mail com uma resposta positiva, como aconteceu com o Limeira. Ao invés disso, recebi um e-mail cuja conclusão geral era: meu processo será analisado em dezembo de 2007, o que indica um visto no passaporte por volta de abril de 2008.

Nossa, que desepero! Abril de 2008 naquele momento pareceu muito longe para meu turbilhão de ansiedade. Começou a ser cogitado o plano C.... mas que plano C?!?!? Trabalhar para a Cruz Vermelha na África?

Procurar uma pós interessante (ainda na Austrália) e fazer acontecer virou o Plano C. Também não foi nada fácil, apesar de nada se comparar com a imigração. Prestei o IELTS no dia 24 de maio – o PMP foi dia 28 – e não fui muito bem. Mas eu já estava decidida a ir, com ou sem pós. Saí então da Webb – a consultoria na qual estava trabalhando há 2 meses e comprei a passagem, mesmo sem saber o resultado do IELTS.Atitudes totalmente arriscadas. E aí, o que acontece? X.O. não passa na prova de speaking. Por algumas horas, fiquei chocada, até descobrir que poderia fazer a prova novamente nos dias 15 e 16 de junho. Complicando o cenário, meu churrasco de despedida estava marcado para o dia 17 de junho. E a prova fnal da GV – que eu precisava tirar 8,0 era dia 18. Tudo acontecendo na mesma semana. Tks God eu tenho amigos e família totalmente presentes. Obrigada mais uma vez à Lu Schneider que foi fantástica me ajudando a organizar o churras, que foi nota 11.

Depois de todo tempo e dinheiro investidos, todas as despedidas com amigos e família, não consegui embrarcar no dia 12 de julho, como programado. O visto não saiu em tempo por um motivo besta. Tive que mudar a passagem para dia 26 de julho – mais dinheiro sendo investido. Pior de tudo isso é conviver com a indefinição. Justo eu, que gosto de tudo preto no branco.

Os dias foram passando e o visto não saía. Não sabia se continuava me despedindo das pessoas ou se aguardava o visto sair para fazê-lo. E se o visto não saisse em tempo? O coordenador do curso já tinha escrito dizendo que eu tinha que estar aqui até o dia 1º de agosto. Novamente, X.O. em momento desesperador..... não tinha nada que eu pudesse fazer para adiantar as coisas..... e o pessoal da Latino-Austrália tendo que me aguentar....Rosi e Rafa, obrigada por tudo novamente!

Chega então o fds do dia 21 e 22 de julho. Nada de visto. X.O. ficando mais maluca do que nunca e pensando: “pelo menos vamos fazer um rolê na rua no sábado”! O rolê foi show, apesar de toda a indiganação antes e depois do rolê. O próximo post do blog será dedicado a isso....

O visto sai, então, na quarta-feira de manhã. Correria mega para avisar as pessoas e arrumar as malas. E ainda deu para fazer a última despedida com a galera e com a família.

Na quinta 26, horas antes do embarque, a Lu pergunta: “Tá preparada, amiga”? A resposta foi a menos humilde possível: “Estou preparada há 2 anos”. Preparada nada. Como estar preparada para deixar todas as pessoas que amo? E ainda por um período totalmente indeterminado? Preparada nada. No aeroporto, já estava na hora de entrar na sala de embarque e eu fiquei adiando a despedida. Sabia que iria ser punk. Até que a Champs falou: “K, tá na hora” – e me deu um abraço. Não deu para segurar o choro. Fui me despedindo das pessoas uma a uma e aí percebi como aquele momento, apesar de ser tudo que eu mais queria, estava doendo muito. Fiquei na fila da Polícia Federal aos prantos, chorando de soluçar. O policial perguntou para mim: “já está com saudade do Brasil”? Se eu tivesse um taco de beisebol, eu tinha matado o cara. Continuei chorando até praticamente entrar no avião...

Friday, August 3, 2007

Meus Contatos....

X.O. no Skype = ccarla.monteiro

X.O. agora tem celular, do Brasil tem que discar: +61 406 202 498

Thursday, August 2, 2007

Aí veio a Roller Troters....


Antes de mais nada, apenas um pequeno esclarecimento: sim, este blog foi feito para contar coisas legais da viagem aqui para Austrália, mas estou aproveitando para postar algumas coisas sobre patinação.... em breve começam as estórias aussies!! J


Roller Troters é nome carinhoso que eu dei para a Roller Brothers, “a maior casa de entretenimento radical da América Latina”! Sim, e inacreditável, mas este é o slogan da casa! Alguém, por favor, me explica o que é exatamente “entretenimento radical!”?!?!

A antiga Roller funcionou na Barra Funda, entre 92 e 96 e era uma casa apenas para patinadores. Eu infelizmente não cheguei a freqüentá-la. Naquela época (eu ia para a Bad Wolf apenas) e, pelo que eu andei ouvindo, a moçada gostava muito do lugar, que ficava sempre cheio. Em marco de 2007, um outro rink de patinação foi aberto, nas redondezas do Shopping Morumbi, com o mesmo nome mas desta vez para skatistas, bikers e roller friends.
De marco a julho deste ano, estimo que eu devo ter ido à Roller umas 8-10 vezes, o que me deixa embasada para comentar prós e contras da casa. Em uma dessas vezes, tive um notebook furtado do porta-malas do meu carro, que estava parado exatamente em frente a Roller, na rua. Detalhes do furto aqui:

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=4297967&tid=2534339927253789394&kw=furto

Importante mencionar que, pelo menos nas últimas vezes que estive lá, não era possível deixar o carro com um valet, apenas na rua; o DJ também não estava presente, era simplesmente o CD de alguém rolando; para completar o cenário, algumas semanas antes, 2 morcegos passaram mal comendo pizza e hot-dog; e, por último e mais marcante é a existência de uma escada que dá acesso aos banheiros e as lanchonetes. Ou seja, se você quiser comer, beber ou ir banheiro e estiver de patins, well, você vai sentir o entretenimento radical nas suas veias! Brincadeiras à parte, necessidades básicas deveriam estar mais bem localizadas, in my modest opinion. (Só para constar, eu comentei esta questão da escada com o dono da Roller pessoalmente. Bêbada?!?! Quem?!!?! )

Eu não sei dizer exatamente por quais motivos – I wish I could – mas o fato é que, até este momento, a Roller não deslanchou. Pessoas que conheceram as duas casas dizem que a primeira era muito mais cheia que a Roller atual. Em uma tentativa de aumentar a freqüência da casa, a Roller Troters criou uma lista de desconto para a Morcegada: quem for Morcego e estiver com o nome na lista, paga, ÀS SEXTAS-FEIRAS, R$5,00 (se eu não me engano, o preço cheio é R$15,00).

Bom, cá está Srta. X.O., com o candelabro, na biblioteca, questionando o sistema de novo. Da mesma forma que, aos domingos a galera se reúne na marquise para fofocar, beijar e patinar, sexta-feira – pelo menos durante o tempo que eu freqüentei o grupo - era o dia internacional do rolê na rua. Era. Agora, sexta-feira virou dia de Roller Troters. A galera até fez (ou ainda faz) um rolezinho do Ibira para a Roller, mas o rolê está mais que manjado e nem se compara com os rolês de 30km que já fizemos na madruga. E, apenas complementando, como esse convênio foi estabelecido, imagino, para uma mão lavar a outra (o que é completamente justo), fica um pouco chato agitar rolês às sextas-feiras, apesar das pessoas serem livres (Jesus, pegou essa?). The point is: o que fazer se você é um Morcego que ama dar rolê na rua? Eu vim dar rolê com os Sydney Bladers, mas foi sem querer..... J


Para finalizar, mesmo com todos esses problemas, uma coisa deve ser mencionada: se a galera não quiser ir patinar na rua, ou se, por exemplo, estiver chovendo, a Roller e a marquise são praticamente alguns dos poucos lugares da cidade onde a galera pode se encontrar para patinar. Isso sem contar, claro, o Extra da Brigadeiro (né, DAN?). A iniciativa dos donos de abrir (ou reabrir) a casa é extremamente preciosa e a ela deve ser dada o devido valor. Afinal, quantos de nos temos motivação, tempo, dinheiro e coragem para abrir um rink de patinação? Eu gostaria que a cidade de São Paulo pudesse ter outros lugares desse tipo, exatamente para criar um sentimento de concorrência entre os rinks. A abertura de uma casa concorrente, faria com que tanto a Roller, quanto a nova casa, tornassem-se lugares muito mais confortáveis e seguros. E não sou eu que estou prevendo o futuro, esse é um princípio econômico. A concorrência trás benefícios para os consumidores! Então... alguém aí tem dinheiro para abrir outro rink em São Paulo??

Tuesday, July 31, 2007

Um breve depoimento....


Prometi para o Thiagolas que iria postar no blog Morcegos há muito tempo... muito tempo mesmo... e eu não me esqueci.... simplesmente tive que priorizar atividades relacionadas a minha viagem, inclusive as 325 despedidas que fiz... haja fígado....


Comecei a patinar com os Morcegos em dezembro de 2006, há 8 meses... meu primeiro rolê foi totalmente inusitado... eu tinha ouvido falar que o pessoal se reunia na marquise aos domingos e lá fui eu.... sozinha.... sem conhecer ninguém... na famosa cara de pau..... em busca de emoção. E o pior e que eu realmente encontrei.... teve até morcego batendo em ladrão....fotos e a estória em detalhes do meu primeiro rolê - vale a pena dar uma olhada - estão neste link:




Meu segundo rolê foi na madruga do dia 24/12 para o dia 25/12..... sim, Natal! Lembro meu irmão me deixando no posto da Faria Lima e falando: "vc tá louca!".... a loucura é relativa, in my modest opinion.... não??


Desses dias em diante, comecei a frequentar o grupo e fui aos poucos me enturmando, conhecendo melhor as pessoas e melhorando um pouco meu nível de patinação..... em poucas semanas, eu já estava totalmente "convertida": já tinha amigos, já agitava rolês, já agitava encontros na minha casa, já nao perdia um domingo na marquise. Como diz uma amiga minha, os "Morcegos preencheram minha vida!". Em pouco tempo, construí amizades e conheci pessoas que vão estar sempre comigo, independentemente de onde eu estiver.... voltar a patinar e ainda mais em um grupo, me trouxe um bem estar físico, emocional, psicológico que muitas outras formas de terapia dificilmente têm o poder de trazer.... lembrando que para patinar, só e preciso um patins e vontade....


Para terminar este post em forma de depoimento, queria deixar a seguinte mensagem: se eu pudesse, passaria o dia inteiro patinando na rua com a moçada! É simplesmente SEN - SA - CI - O - NAL!!! Você faz amigos, se diverte e ainda leva, inteiramente grátis, estórias para contar.....

Se você normalmente patina sozinho(a) (ou em grupos pequenos) e/ou em lugares perto de suas casas - ou por conveniência, ou por medo do desconhecido - experimente IMEDIATAMENTE dar rolê na rua com uma galera, de dia ou de noite!! Independetemente do percurso ou da distância, dar rolê na rua SEMPRE me trouxe ótimas sensações - além do bem estar físico e psicológico, já mencionado. Em todo rolê acontecem coisas imprevísiveis, inusitadas, emocionantes.... e isso é a minha cara!!


P.S. Amanhã darei rolê com esses caras: http://www.sydneybladers.com/